Agora, já faltam algumas poucas etapas para concluir o caminho até Santiago de Compostela e a proximidade do seu final já começa a despertar um sentimento de saudade antecipada.
Creio que todos aqueles que experimentam esta peregrinação, seja caminhando, pedalando, percorrendo trechos curtos, alternando caminhada e pedalada, utilizando transporte automotivo (sim, porque há tantas pessoas no caminho que acabamos conhecendo diversas histórias e desventuras daqueles com quem nos deparamos…), todos acabam por se sentir tocados e fascinados com e pela singularidade do ato que é fazer uma peregrinação, mais ainda quando se está percorrendo uma das rotas peregrinas mais tradicionais e famosas da cultura ocidental.
Com isso vamos, pouco a pouco, ganhando uma certa “intimidade” com ele, o caminho. Então, saber que essa intimidade se acabará dentro de dias, faz com que floresça um certo saudosismo…
Mas qual é o segredo, o que este caminho tem de especial que faz com que, dia após dia, nos afeiçoemos tanto a ele? Curva após curva, quilômetro após quilômetro, povoado após povoado, a cada hostal, hotel, parador, igreja, mosteiro, vamos, mais e mais, nos ligando a um sentimento comum, de congraçamento e solidariedade que agrega a todos. A vontade e o prazer de estar nele só aumentam, a despeito do cansaço e da rotina.
Para tentar entender melhor este sentimento, pensei: porque não buscar o significado da palavra peregrinação?
Logo de partida, encontrei no site “familysearch.org”1 um texto de Annelie Hansen, que expressa de forma objetiva algumas noções que, acredito, ajudam a compreender e tentar responder à indagação que faço nesse texto.
Ela chama as peregrinações de jornadas sagradas, bem como de viagens que, como regra, teriam os propósitos de sacrifício e reflexão. Mas não apenas. Uma peregrinação pode também significar enfrentar um desafio físico, entender a história dos locais visitados ou conhecer lugares e pessoas diferentes…
Bem. Seja como for, posso dizer que o sentimento que o caminho desperta em mim é um pouco de cada um desses sentidos aos quais Annelie se refere: o desejo de me desafiar se mistura à curiosidade histórico-cultural, que é também temperada por um certo propósito espiritual, emocional diria.
Em verdade, quem sabe somente após concluí-lo eu seja capaz de melhor definir o meu sentido no caminho…
A propósito, deixo aqui registrado que a coincidência fez com que eu a Tânia também desfrutássemos do Caminho de Santiago de Compostela como um evento marcante de nossa vida comum: neste 2024, completamos 25 anos de relacionamento, o que por si só lhe dá um sentido mais do que especial. 💞
Ps.: Se quiser,
Parabéns Alencar e Tânia e obrigado pela parceria.
Oiiii,tarde!!! Tá chegando e hoje foi " pauleira " de novo. Mas é por tudo que está sentindo, vivenciando, vendo e refletindo que as forças chegam e com fé, irão até o fim, como se diz " numa boa ".
Adorei suas palavras , inspiração dezzzz! Fiquem com Deus, abraços e beijos . Te amo . Bjão